quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Texto da Dinamarca ameaça acordo na cúpula de Copenhague

Um projeto de texto da Dinamarca, que começou a circular nos corredores conferência sobre o clima de Copenhague nesta terça-feira (8), representa uma "ameaça" para o sucesso das negociações, advertiu um representante do G77, uma coalizão que reúne 130 países em desenvolvimento.

O suposto texto constitui "uma grave violação que ameaça todo o processo de negociação de Copenhague", declarou Lumumba Stanislas Dia Ping, chefe da delegação sudanesa que preside atualmente o G77.

"Os membros do G77 não deixarão as negociações neste estágio. Não podemos nos permitir um fracasso em Copenhague", acrescentou.

O texto --que seria um rascunho para o novo acordo contra o aquecimento-- circula há cerca de duas semanas em diferentes delegações e apareceu nesta terça-feira nos corredores da conferência.

Várias ONGs também denunciaram a Dinamarca, que preside a conferência mundial sobre o clima, por não levar em conta o ponto de vista dos países em desenvolvimento em seu projeto de declaração.

"O texto proposto pelo primeiro-ministro dinamarquês é fraco e mostra a posição elitista e sem transparência da presidência dinamarquesa", criticou Kim Carstensen, da organização WWF.

"As táticas de negociações debaixo dos panos, sob a presidência dinamarquesa, se focalizam no desejo de agradar os países ricos em vez de servir à maioria das nações que pedem uma solução justa e ambiciosa", acrescentou.

Para Martin Kaiser, do Greenpeace, a falta de liderança do primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Loekke Rasmussen, "alimenta a desconfiança na cúpula sobre o clima".

"A proposta dinamarquesa não deve distrair [os participantes]", avisou por sua vez Antonio Hill, da Oxfam International, sugerindo se concentrar no texto negociado há meses pelos diversos grupos de trabalho.

A Dinamarca sempre rejeitou firmemente a existência de um texto único que representaria sua proposta para o acordo que deve ser concluído no dia 18 de dezembro na presença de mais de cem chefes de Estado, mas reivindica o direito de testar diferentes cenários.

"Não existe um texto. Estamos há semanas e meses consultando os diversos países, é o nosso trabalho", afirmou a ministra dinamarquesa do Clima, Connie Hedegaard, em entrevista coletiva.

"Muitos textos circulam, mas o texto que talvez seja aprovado aqui [no dia 18] ainda não existe, então ninguém pode tê-lo visto', acrescentou.

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